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O Bull Terrier

- Antonio Jesus de Carvalho Junior

Canil Auca Siguen

- Enio R P Roque Velho

Canil Bullema

Aparência Geral

De construção forte, musculoso, bem balanceado e ativo com uma expressão viva, determinada e inteligente. Uma característica singular é sua cana nasal descendente e a cabeça em forma de ovo. Independente do tamanho, os machos devem parecer masculinos e as fêmeas femininas.

COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: Corajoso, cheio de energia e com atitude amável e divertida. De temperamento equilibrado e fácil de ser disciplinado. Embora obstinado, é particularmente amigável com as pessoas.

 

COMENTÁRIOS

 

O padrão abre com uma descrição geral de um cão confiante e carismático. O Bull Terrrier deve sempre dar a impressão de máxima substância; denso, substancial, mas com balanço e agilidade. Deve dar a impressão de força, energia e rapidez. A expressão deve refletir essas projeções corporais: olhar confiante, reluzente e inteligente; produzindo uma expressão bastante viva e penetrante. O temperamento é soberano em um Bull Terrier. Ele deve ser extrovertido, amigável e interessado no que acontece ao seu redor e nos seus domínios, mas NUNCA deve ser temperamental ou tímido.

 

 

A Cabeça

A CABEÇA

Longa, forte e profunda até o final do focinho, jamais grosseira. Vista de frente, tem a forma de ovo e é completamente cheia; sua superfície é livre de cavidades ou recortes. O perfil se curva suavemente para baixo, do topo do crânio até a ponta da trufa.

REGIÃO CRANIANA

Crânio: O topo do crânio é quase plano de orelha a orelha.

REGIÃO FACIAL

Trufa: Deve ser preta. Bem inclinada para baixo na ponta. Narinas bem desenvolvidas.

Lábios: Bem ajustados e limpos.

COMENTÁRIOS

O formato e as proporções da cabeça do Bull Terrier são muito importantes. Deve ter virtudes de força, deve ser ovalada com expressão penetrante para que o animal se aproxime do ideal. São três os termos comumente confundidos: curvatura, preenchimento e nariz romano. A cabeça ideal reúne estas três características e deve estar em proporção ao restante do cão, nunca um Bull Terrier deve parecer desbalanceado.

 

Em sua visão lateral, a cabeça deve demonstrar um perfil limpo, abrangente e sem quebras como exigido pelo padrão e também deve ter profundidade e força no focinho e na mandíbula.

 

De frente, a cabeça deve ser moldada em formato de ovo, sem recortes da base da orelha ao fim do focinho. O fim do focinho deve ser forte e largo. Mais força no focinho com menos curva de perfil (o que não pode significar jamais ausência de curvatura) é preferível a um perfil mais pronunciado com um focinho estreito que se afina na ponta. Bull Terrier são cães poderosos e sua cabeça deve sempre refletir essa virtude. 

 

O padrão da raça fornece uma descrição muito clara e precisa da cabeça de um Bull Terrier e é evidente que força e qualidade são requisitos necessários. O crânio e o focinho devem ter comprimento, largura e profundidade suficientes para formar um conjunto equilibrado e a cabeça deve ser proporcional ao resto do cão - uma cabeça muito grande em um cão pequeno parece tão desequilibrada quanto uma cabeça pequena e insignificante em um peso pesado. E deve haver mandíbula suficiente para equilibrar o todo.

 

Downface refere-se ao arco formado pelo contorno da cabeça quando visto de perfil. O crânio deve ser quase plano entre as orelhas e daí para a frente deve haver uma curva quase contínua até a ponta do focinho onde o nariz deve virar de forma acentuado para formar o nariz romano.

 

Em muitos casos há uma quebra da curvatura e um ângulo se forma na altura da sobrancelha), marcando o downface e produzindo o indesejável falso downface, muitas vezes acompanhada por de focinho e mandíbula muito rasos. A cabeça em formaro de ovo é realçada por uma linha curva limpa de trás para frente, ao longo das bochechas e ao lado do focinho, sem reentrâncias onde o focinho se junta à bochecha.

 

MAXILARES E DENTIÇÃO

 

Maxilares / Dentes: Mandíbula profunda e forte. Dentes bem ajustados, saudáveis, fortes, de bom tamanho, regulares (intervalos entre si) e com uma perfeita, regular e completa mordedura em tesoura, isto é, os incisivos superiores recobrem os incisivos inferiores e são inseridos ortogonalmente aos maxilares.

 

COMENTÁRIOS

 

Os dentes devem ser fortes, sólidos e bem enraizados. Os caninos inferiores (as grandes presas) devem se encaixar a frente e estreitamente ajustados contra os caninos superiores. Os incisivos superiores (pequenos dentes anteriores localizados entre os caninos) devem se encaixar na frente e estreitamente ajustados contra os incisivos inferiores. Todos os dentes restantes devem ser posicionados opostos aos dentes correspondentes na mandíbula oposta. Esta é a mordida em tesoura e a que proporciona a pegada mais forte possível.

 

Deve haver 42 dentes na boca de um Bull Terrier, 20 na mandíbula superior e 22 na inferior, mas frequentemente faltam pré-molares em Bull Terriers, resultado do encurtamento genético progressivo da mandíbula para obter um perfil mais exagerado e manter uma mordedura em tesoura. Uma mandíbula profunda e forte deve ser adequadamente equilibrada por um focinho longo, largo e com o perfil correto para acomodar a dentição adequada.

 

A ausência de dentes não é uma falta grave e não deve ser considerada a menos que faltem vários dentes.

 

Qualquer falha na boca somente deverá ser penalizada em acordo com o seu grau; uma avaliação correta deverá incluir a força e largura da mandíbula, o tamanho e regularidade dos dentes, a severidade de uma má oclusão e a colocação dos caninos inferiores. Estes deveram ser sempre visíveis na frente dos caninos superiores e estar sempre por fora da gengiva superior. O deslocamento dos caninos inferiores pode ser danoso à saúde e doloroso ao cão como também prejudicial ao fechamento correto da mandíbula superior e inferior. 

 

 

OLHOS

 

Olhos: De aparência estreita e triangulares, obliquamente colocados; pretos ou marrons nos tons mais escuros possíveis, de maneira a parecer quase preto e com uma expressão penetrante. A distância dos olhos até a ponta da trufa deve ser perceptivelmente maior que a dos olhos ao topo do crânio. Olhos azuis ou parcialmente azuis são indesejáveis.

 

COMENTÁRIOS

 

A abertura do olho deve ser é triangular e obliquamente colocada de modo que aponte para cima e para fora, a base do triangulo deve apontar para o canto externo da orelha do cão. Esta forma e configuração, mais o fato dos olhos posicionados mais próximos ao topo do crânio do que ao nariz, são vitais para a expressão penetrante do Bull Terrier. Isso é muito individual e expressa muito do caráter do cão, que foi descrito como "contendo algo do alegre, orgulhoso e corajoso, e muito do impassível, repulsivo e inescrutável", e pode-se acrescentar algo do travesso.

 

A cor dos olhos é "preta ou o mais marrom escuro possível, de modo que pareça quase preto". Olhos de tons mais claros variam de marrom a quase amarelo e devem ser penalizados de acordo com o grau dessa variação.

 

Olhos azuis são altamente indesejáveis porque na maioria das vezes vem acompanhado de algum grau elevado de surdez parcial ou total.

 

ORELHAS

 

Orelhas: Pequenas, finas e colocadas próximas. O cão deve ser capaz de mantê-las rigidamente eretas quando direcionadas para cima.

 

 

COMENTÁRIOS

 

As orelhas acrescentam muito para a expressão em alerta e devem estar inseridas juntas e apontadas para cima, bem no topo da cabeça. Pequenas e finas, elas dão o toque final e harmoniza com o formato da cabeça, olhos, pigmentação produzindo aquela expressão penetrante e linda que aprendemos a amar.

 

Um Bull Terrier com orelhas de burro (orelhas abertas) e olhos redondos e pálidos perde o intenso e alerta "olhar vivo" tão valioso para a raça.

O Corpo

 

 

COMENTÁRIOS SOBRE O CORPO

 

A impressão geral do corpo do Bull Terrier deve ser de dorso curto, construção solida e linhas graciosas. A linha superior deve fluir continuamente da base das orelhas sobre um pescoço gracioso, longo e mergulhando suavemente na cernelha nivelada e voltando para uma ligeira elevação sobre o lombo musculoso, terminando em uma curva suave sobre a garupa para uma inserção baixa da cauda.

 

PESCOÇO: Muito musculoso, longo, arqueado, afinando dos ombros à cabeça e livre de pele solta.

 

COMENTÁRIOS

 

Um pescoço longo, arqueado e de bom comprimento subindo de um ombro bem angulado é uma característica muito desejada e um componente essencial para equilíbrio e simetria geral. A força é mais importante, mas um pescoço curto, reto ou de "ovelha" causado por um ombro reto quebra a linha superior que sempre deve dar a impressão de curvas suaves e integradas ao invés de mudanças abruptas nos ângulos e na direção.

 

TRONCO: Bem arredondado, com nítido arqueamento das costelas e grande profundidade da cernelha ao esterno, de maneira que este fique mais próximo do solo.

 

Dorso: Curto, forte, com a linha superior atrás do nível da cernelha, arqueando ligeiramente sobre o lombo.

 

Lombo: Largo e bem musculoso.

 

Peito: Largo, quando visto de frente.

 

Linha inferior e ventre: Da ponta do esterno ao ventre, forma uma graciosa curva para cima.

 

COMENTÁRIOS

 

Uma boa descrição à qual se poderia acrescentar é o fato de que as costelas devem ser bem ajustadas ao dorso e o lombo deve ser curto e forte, combinando-se para fazer o cão parecer "bem ajustado e curto". A força dessa junção é essencial em um animal pesado, que deve ser capaz de grande atividade e esforço. A junção de todos esses itens proporciona um cão que se move de forma limpa e ágil; poderoso e impactante de se ver.

 

No cão adulto, a profundidade do peito deve atingir pelo menos a altura do cotovelo ou o cão parecerá estar “no cavalete”. Da mesma forma um peito muito profundo ou patas muito curtas dará impressão de um cão “rebaixado”; mais uma vez, o balanço é fundamental.

 

CAUDA: Curta, inserida baixa e portada horizontalmente. Grossa na raiz, afinando para a ponta.

COMENTÁRIOS

 

O porte da cauda no cão depende do ângulo em que sacro ou garupa é colocado em relação à coluna vertebral. O sacro é uma grande placa óssea que forma, para todos os efeitos práticos, a terminação da coluna vertebral e é a plataforma da qual a pelve é suspensa, os dois juntos formando uma massa óssea imóvel.

 

Nos terriers que carregam as suas caudas na posição vertical, a exemplo dos Fox Terriers, o sacro é colocado em um plano horizontal em seguindo a linha superior do animal.

 

No Bull Terrier. em que a cauda deve ser portada horizontalmente, o sacro é inclinado para baixo apenas o suficiente para dar um acabamento fluido à linha superior e uma cauda inserida ligeiramente abaixo do nível das costas do cão.

 

Esse posicionamento do sacro ou garupa tem uma importância que muitas vezes é esquecida. Se, em um Bull Terrier, a garupa for muito plana, a cauda será inserida muito alta e haverá uma tendência a carregá-la acima da linha do dorso, muitas vezes em uma ligeira curva, quase como um Hound.

 

Além disso, se a garupa for muito plana, a pelve não será colocada no ângulo correto e, como resultado, a angulação na perna traseira será insuficiente, com efeito adverso no movimento posterior, conforme será explicado na seção sobre os posteriores. Note-se que uma cauda inserida alta é muitas vezes acompanhada em Bull Terriers por falta de angulação na perna traseira e, portanto, com movimento traseiro insatisfatório.

 

Muitos Bull Terriers, quando excitados ou zangados, carregam suas caudas alegremente e acima da linha das costas. Contanto que a cauda esteja corretamente marcada, isso não é indesejável, mas não se deve esquecer que o ideal é que sempre esteja na horizontal.

 

MEMBROS ANTERIORES

 

Aparência geral: O cão deve ficar solidamente posicionado sobre os membros, que devem ser perfeitamente paralelos. Em cães adultos, o comprimento dos anteriores deve ser aproximadamente igual à profundidade do peito.

 

Ombros: Fortes e musculosos, sem serem carregados. Escápulas largas, planas e colocadas bem próximas da caixa torácica. Devem apresentar, debaixo para cima, uma nítida inclinação em seus bordos anteriores, formando um ângulo quase reto com o braço.

 

Cotovelos: Mantidos retos e fortes.

Antebraços: Devem ter uma forte ossatura redonda, com ossos de qualidade.

Metacarpos: Retos.

Patas: Redondas e compactas, com dedos bem arqueados.

COMENTÁRIOS

 

Duas adições ao padrão aqui são: menção à parte superior do braço e ao comprimento desejado das pernas do cão. Ombros bons e bem colocados são uma parte vital da conformação de um Bull Terrier. Escapulas largas e firmemente presas por músculos fortes à caixa torácica e bem colocadas no dorso são a base perfeita para uma frente para bem sólido. Este tipo de ombro absorve o choque do movimento com mais eficiência e permite maior liberdade de movimento das pernas dianteiras do que aqueles com uma posição mais ereta. Ombros corretos também dão um contorno agradável, ajudam a encurtar as costas e formam a base perfeita para um arqueamento de pescoço bem suave. Bons ombros combinam com a suavidade de movimento e qualidade geral.

 

O úmero ou braço é parte integrante do quarto anterior, pois liga o ombro ao cotovelo e seu comprimento e posicionamento são de considerável importância.

 

Os cotovelos devem ser retos e bem próximos a lateral, mas ainda com liberdade de movimento. Um pouco mais de musculatura no ombro do Bull Terrier é permitido (ao contrário de outros terriers), mas isso não deve ser excessivo.

 

Quando os ombros estão eretos em sua angulação, o efeito é o encurtamento o pescoço e as costas se alongam e, como efeitos colaterais, muitas vezes há um declive atrás da cernelha, frouxidão nos ombros e cotovelos e fraqueza geral na frente. Este nem sempre é o caso, alguns cães com colocação de ombro ereto têm frentes retas, mas assim que o cão é visto se movendo de lado, o ombro defeituoso se torna evidente em virtude do fato de que o cão dá passos curtos com a pata dianteira, ao invés de um alcance suave. Vistos de frente, os cães com ombros retos e braços curtos tendem a virar os dedos dos pés para dentro e os cotovelos para fora quando se movem.

 

As patas dianteiras devem parecer retas vistas de qualquer ângulo e devem ser firmes e bem musculosas. Musculatura excessiva, com antebraço deslocado como visto em Bulldogs, é indesejável e geralmente denota um cão de aspecto grosseiro. Os metacarpos devem ser elásticos, mas isso não deve aparecer quando o cão está parado, dando a impressão de estarem cedidos.

 

Os ossos das pernas dianteiras devem ser redondos, firmes e absolutamente retos e não devem afinar indevidamente em direção aos pés. Ossos macios ou "esponjosos" com metacarpos fracos, pés e/ou cotovelos virados para fora são muito indesejáveis, indicando uma falha de ossatura durante o crescimento.

 

POSTERIORES

 

Aparência geral: Membros paralelos, quando vistos por trás.

 

Coxas: Musculosas.

 

Joelhos: Articulação bem angulada.

 

Pernas: Bem desenvolvidas.

 

Jarretes: Bem angulados.

 

Metatarsos: Ossos curtos e fortes.

 

Patas: Redondas e compactas, com dedos bem arqueados.

 

COMENTÁRIOS

 

A estrutura dos membros traseiros é bem mais complicada do que dos membros anteriores, mas assim como nos anteriores, a traseira é composta basicamente de três conjuntos de ossos que para atingir o equilíbrio e o movimento ideais, devem estar nas proporções corretas e ângulos corretos entre si.

 

O todo é baseado na pelve, que deve estar corretamente angulada em relação ao sacro ou garupa, que por sua vez é parte integrante da coluna vertebral, a estrutura básica de todo animal.

 

No Bull Terrier a pelve é idealmente colocada em cerca de 35 ° relação a horizontal e fica neste ângulo apontando para a parte traseira do cão (ver ilustração 17). Na borda inferior da pelve existem duas reentrâncias ocas (os acetábulos) nas quais se encaixam as extremidades arredondadas dos ossos do fêmur para formar as articulações do quadril.

 

Com o cão parado em posição de stay (dianteiras e jarretes paralelos), o fêmur deve se projetar para a frente em um ângulo de 90° (ângulo reto) em relação à linha média da pelve. Em sua parte inferior, o fêmur (o osso longo da coxa) forma com a tíbia (o osso curto da coxa) a articulação do joelho. O ângulo entre o fêmur e a tíbia deve ser idealmente de cerca de 90°. A extremidade inferior da tíbia se forma, com o metacarpo posterior, a junta do jarrete e o ângulo nesta junção deve ser de aproximadamente 120°. Esses ângulos não podem, naturalmente, ser vistos por que estão revestidos de músculos arredondados, mas a formação que eles produzem pode ser facilmente reconhecida e é fácil ver quando são incorretos ou insuficientes.  

 

A fim de assegurar esses ângulos ideais, é necessário que os ossos do membro posterior tenham comprimento suficiente, sem o qual eles não serão capazes de formar a angulação correta no quadril, joelho e jarrete.

 

Possivelmente por herança da ancestralidade com o Bulldog, esses ossos em Bull Terriers são frequentemente mais curtos do que o ideal, com o resultado de que os quartos traseiros são frequentemente sub-angulados, retos no joelho e no jarrete e, não raramente, a pelve é muito curta ou muito íngreme ou muito plana. Tudo isso restringe severamente o movimento posterior do cão e perturba seu equilíbrio, o animal aparenta ser leve e fraco.

 

Com a angulação ideal, os posteriores serão largos e profundos quando vistos de lado. Porém, com angulação menor que a ideal, eles serão estreitos e rasos e o desenvolvimento muscular proporcionalmente menor (ver ilustração 18).

 

Vistas de cima ou de trás, as coxas devem ser largas e bem arredondadas e as pernas traseiras, do jarrete ao pé, devem estar exatamente paralelas, em pé e em movimento.

 

Quando a pelve é muito inclinada por estar excessivamente angulada em relação à coluna, tem o efeito de empurrar a garupa do cão acima da linha das costas.  Ou seja, são diversos os motivos que fazem a angulação correta dos membros posteriores muito importantes.

 

Sem isso, o equilíbrio, o movimento e o desenho serão todos negativamente afetados.

 

Os jarretes devem ser ossudos e bem definidos e devem ser paralelos quando o cão está em pé e em movimento. Quando as articulações se inclinam para dentro, diz-se que o cão tem “jarrete de vaca”. Quando apontam para fora é chamado de "jarretes em arco" e quando são muito longos os pés são colocados para frente sob a barriga do cão são chamados de "jarretes em foice".

 

Os ossos do jarrete ao pé devem ser curtos e fortes, os jarretes longos desequilibram o cão. Com o cão em posição de stay e com os jarretes verticais, as pontas dos jarretes devem estar logo atras da parte posterior da coxa. Essa construção proporciona uma postura firme e bem equilibrada para os membros traseiros, e o cão fica em pé cobrindo bastante terreno.

 

No Bull Terrier as patas traseiras são a força motriz do seu movimento e os anteriores desempenham um papel de apoio e equilíbrio. Toda a força propulsora das patas traseiras depende da habilidade do cão em endireitar o membro desde o estado angulado até o de extensão total com a força e rapidez necessárias.

 

A força para fazer isso está quase inteiramente na segunda coxa - a cobertura muscular da tíbia. Esse músculo deve ser de bom comprimento e muito forte; mas também é necessário sem bem elástico, pois um cão com musculatura excessiva será incapaz de se mover com liberdade e velocidade. De modo que, como no resto do cão, embora seja necessária grande força nos quartos traseiros, ela deve estar em equilíbrio com o todo, nem demais e certamente não de menos.

 

Em suma, o movimento livre e solido das patas traseiras depende da importante angulação entre os ossos que devem ter o comprimento correto para garantir essa angulação. A sincronização perfeita dos movimentos é alcançada somente quando os membros anteriores e posteriores trabalham juntos em completa harmonia e isso só é possível em cães corretamente construídos, saudáveis, com musculatura bem desenvolvida, fortes e flexíveis.

 

PÉS

 

"Redondos e compactos com dedos bem arqueados”

 

COMENTÁRIOS

 

A expressão" redondos e compactos” talvez não transmita totalmente o fato de que os pés devem ser pequenos, SENDOS os posteriores um pouco menores do que os anteriores.

 

Os pés também devem ser bem acolchoados e profundos como os de um gato. Os pés abertos e finos estão sujeitos a claudicação recorrente da penetração de objetos pontudos etc.

 

 

MOVIMENTAÇÃO: Quando em movimento, mostra-se bem consolidado, cobrindo o solo suavemente com passos livres, fluentes e com um típico ar garboso. No trote, movimento paralelo, na frente e atrás, só convergindo para a linha central quando a velocidade aumenta. Os anteriores apresentam um bom alcance e os posteriores movem-se suavemente nas ancas, alcançando grande impulso com a flexão dos joelhos e jarretes.

 

É uma boa descrição. Um Bull Terrier em movimento deve impressionar o observador com a força, a solidez e a liberdade de sua ação, carregando orgulhosamente a cabeça, o dorso nivelado e a cauda alinhada com o dorso. O animal inteiro se movendo em uma só peça, mostrando força com atividade e estilo.

 

 

PELE: Bem aderente.

 

PELAGEM: Pelo curto, plano, denso, áspero ao toque e brilhante. O subpelo macio pode estar presente no inverno.

 

COMENTÁRIOS

 

O subpêlo é importante porque é no subpêlo do Bull Terrier branco que ocorrem as marcas na pelagem, são pequenos cachos de pelos coloridos distribuídos pela pelagem do corpo, geralmente em filhotes - às vezes em adultos.

 

COR: Nos brancos, pura pelagem branca. A pigmentação da pele ou marcações na cabeça não devem ser penalizadas. Nos coloridos, a cor predomina sobre o branco. Se houver igualdade em todas as demais características, o tigrado é preferido. Preto-tigrado, vermelho, fulvo e tricolor são aceitáveis. Pequenas marcas na pelagem branca são indesejáveis. Azul e fígado são altamente indesejáveis.

 

COMENTÁRIOS

 

Os Bull Terriers brancos são na verdade Bull Terriers coloridos nos quais há um fator inibidor em ação que impede que a cor se manifeste, exceto na cabeça, parte de trás das orelhas na forma de minúsculas manchas coloridas ou mais raramente no corpo ou cauda. Para fins de reprodução, é importante saber qual a cor que um branco carrega. (Para obter bons resultados, foi considerado insatisfatório cruzar certas cores com muita frequência.)

 

O tigrado é geneticamente dominante para outras cores. Preto Tigrado é um tigrado em que o preto sobrepôs a cor, deixando um cão preto com manchas tigradas nos mesmos lugares que um cão preto e vermelho (tricolor) tem manchas vermelhas. Geneticamente o Preto-tigrado se comporta da mesma maneira que o tigrado, com exceção de que cães de manto preto cruzado entre si geraram 100% de cães de manto preto.

 

O vermelho e o vermelho de focinho preto (com pontos escuros), o fulvo e fulvo de focinho preto e o tricolor são recessivos em relação aos tigrados, mas não ao branco. Acasalados, eles podem produzir vermelho, fulvo e preto e castanho e também branco, mas nunca um tigrado.

 

O branco combinado com o branco produzirá 100% de cães brancos. Acasalado com colorido, ele se comportará de acordo com a cor que ele carrega e produzirá qualquer cor com branco, produzindo tigrado se acasalado com tigrado ou preto tigrado ou se carregar o fator tigrado.

 

Todas as cores podem ser marcadas com branco; preto, castanho e branco são conhecidos como tricolores.

 

Nos coloridos as marcações ideais são:  branco no rosto, antepeito, pés e parte das pernas; no pescoço e embaixo da barriga, geralmente com uma ponta branca na cauda. Respingos de branco no corpo são considerados feios para a marcação, pois o branco cobre metade ou toda a cabeça.

 

Coloridos com quase nada de branco (apenas uma pequena mancha no peito ou na ponta dos dedos) ou sem manchas nenhuma são homozigotos para a cor - ou seja, eles não produzirão cães branco mesmo acasalado com branco (são os conhecidos sólidos).

 

A pigmentação da pele não tem ligação com as manchas no pelo e não devem ser penalizados, mesmo que apareça através do pelo.

 

Bull Terriers de cores diluídas como azul e fígado são muito raros, mas ocorrem e são considerados muito indesejáveis como sinais de pigmentação degenerada.

 

 

TAMANHO / PESO: Não há limites de peso nem de altura, mas o cão deve dar a impressão de máxima substância para seu tamanho, condizente com as suas qualidades e o sexo.

 

COMENTÁRIOS

 

Esse é um ponto importante; enquanto o tamanho não é importante, a substância é e os dois não devem ser confundidos.

 

 

FALTAS

 

Qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem estar do cão.

 

 

FALTAS DESQUALIFICANTES

• Agressividade ou timidez excessiva.

• Todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.

NOTAS:

• Os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal. • Somente os cães clinicamente e funcionalmente saudáveis e com conformação típica da raça deveriam ser usados para a reprodução.

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BRASIL/PORTUGAL - 2021

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